Na primeira reunião de 2014, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou pelo aumento do juro básico em 0,5 ponto percentual, elevando a taxa Selic para 10,50 % ao ano. É a sétima alta consecutiva da taxa
O Banco Central subiu ontem o juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, em 0,5 ponto percentual, para 10,5% ao ano. Foi a sétima alta seguida da taxa, que havia caído para um dígito em março de 2012 (para 9,75% ao ano, de 10,5% ao ano).
A decisão foi unânime e confirmou a principal aposta dos economistas brasileiros, baseada no atual cenário de pressão inflacionária.
A elevação dos juros é um instrumento usado pelo governo para conter o consumo, uma vez que o crédito (tanto empréstimos em instituições financeiras quanto parcelamentos em lojas, por exemplo) fica mais caro. E, com menos demanda, a inflação tende a ceder.
Para o futuro, as apostas dos economistas variam. Alguns acreditam que a Selic fique estável a partir de agora até o fim de 2014 e outros preveem mais altas, com a intensidade a depender da inflação.
Na avaliação de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, a Selic pode encerrar 2014 em até 11,25% ao ano, sendo mais duas altas em fevereiro e em abril, de 0,50 meio ponto percentual e 0,25 ponto percentual, respectivamente.
Já o economista Luciano Rostagno, do Banco Mizuho, afirma que a atividade econômica fraca do país, principalmente pelo desempenho da indústria, deve impedir o BC de subir muito mais a Selic. “Indicadores de atividade da indústria sugerem que a produção do setor registrou forte queda na margem em dezembro, após sofrer ligeira contração em novembro.”
Sob controle
A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Esse aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior.
Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento que ficam mais caros, a economia desacelera e evita-se que os preços subam ou seja, que haja inflação. Com a redução da taxa básica de juros (Selic), o BC também diminui a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública.
Assim, começa a “sobrar” um pouco mais de dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos.Se a taxa sobe, ocorre o inverso.
É por isso que os empresários pedem cortes nas taxas, para viabilizar investimentos, ainda mais em tempos de crise, como agora. Nos mercados, reduções viabilizam normalmente migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores.
Em um cenário normal, é também por esse motivo que as Bolsas sobem nos Estados Unidos ao menor sinal do Federal Reserve (BC dos EUA) de que os juros possam cair. Quando o juro sobe, acontece o inverso. O investimento em dívida absorve o dinheiro que serviria para financiar o setor produtivo. (da Folhapress)
Fonte: O POVO